São as primeiras fotos de um filme de banda desenhada a quase um ano da respectiva estreia nos circuitos internacionais.
O Segredo do Unicórnio é assinado por Steven Spielberg e Peter Jackson, garantia de um apelo adicional para um dos clássicos mais populares do lendário Hergé.
E a revista Empire foi a escolhida para abrir um pouco a cortina de um projecto que utiliza tecnologia CGI para multiplicar o realismo das personagens e respectivos movimentos.
Para um leitor àvido das bandas desenhadas de Hergé, na minha infância e adolescência, é um pouco um salto no tempo, no mínimo...sedutor.
Enquanto o filme a sério não chega, deixo-vos aqui, com um sorriso, um teaser do que se avizinha.
Pelos vistos o reporter eternamente jovem no nosso imaginário continua a esticar-nos os limites da imaginação e, para os mais “dedicados”, dos cordões da bolsa.
Um leilão de mais de 600 bens pertencentes a Hergé (pseudónimo de Georges Remi), o criador do personagem Tintin, teve uma procura recorde na Bélgica.
Ao todo, as vendas renderam mais de um milhão de euros, quase o dobro do previamente estimado pela casa leiloadora.
Os compradores licitaram de quase toda a Europa, mas também de pontos tão "inesperados" como o Líbano e a China ou, mais "previsíveis", como os Estados Unidos.
A oferta mais alta foi feita por um comprador belga, que desembolsou 312 mil Euros por uma página de esquiços do livro “As jóias de Castafiori”.
Tintin estreou-se nas bancas de banda desenhada a 10 de Janeiro de 1929 e rapidamente se tornou um sucesso à escala mundial, que ainda persiste apesar da morte do seu criador em 1983.
O eterno rapaz assim se mantem, num "pico de forma", há 80 anos.
Em oito décadas, Tintin protagonizou 23 aventuras, a primeiras das quais na União Soviética.
Pelo meio ficam as habituais controvérsias dos pensadores ditos politicamente correctos (?).
A última das quais teve a assinatura da Comissão britânica pela Igualdade Racial ao pedir a interrupção da venda de Tintin no Congo, por o considerar “racista” e “colonialista ao limite”.
O juízo é de uma tacanhez inenarrável. Não há pachorra para os complexos de culpa coloniais e os “puristas” que se pudessem teriam nascido negros em vez de brancos.
Quando muito, aquela que foi a segunda aventura publicada de Tintin (em 1930) pode ser imputada de paternalismo, mas nunca de racismo.
Em nenhum momento o álbum (ou o personagem) demonstra ódio ou preconceitos acintosos contra os negros africanos que são representados como simpáticos, ainda que dependentes de Tintim.
O que, na verdade, não é muito diferente dos personagens dos outros álbuns da série, uma vez que Tintim, herói perfeito por natureza, tendia sempre a ajudar aqueles que encontrava pela frente, fossem negros, brancos, vermelhos ou asiáticos.
O racismo é, infelizmente, um sentimento real, profundo e sem fronteiras raciais. Em primeira mão sofri-o inúmeras vezes, por ser branco, no chamado continente negro.
E aprendi que ele não se combate por proibição de humor ou repressão mas por cultura e abertura de mentes.
Em vez de complexos e sentimentos de culpa idióticos.