São nossos os meninos sem tecto deste mundo.
Vi-os aos milhares em campos de refugiados, olhando-nos como se fossemos jangadas para um mundo melhor.
E nós, adultos, nos rodeávamos de mar, tornados ilhas de álibis, para podermos sair dali, desancorados do nosso próprio coração.
Mas quando olho bem para dentro de mim vejo-os lá todos. Cada um deles.
Como aquele menino da foto do Kevin Carter, observado por um abutre. Como se não fosse nossa a missão de espantar o pássaro e lhe dar, a cada um deles, um motivo de sorrir.