Uma reportagem exemplar assinada por aquela que é de longe a melhor jornalista portuguesa.
Sim é um trabalho da concorrência da empresa que sirvo diariamente. E sim é um exemplo do poder da sensibilidade, talento e do saber. E sim é prova da asneira que é o actual desinvestimento em África entre as prioridades dos media portugueses.
Cândida Pinto constroi a Avenida Mogadíscio, com imagens e sons mondados naquelas paragens por José Eduardo Zuzarte, o talento de edição de Andres Gutierrez e o bordar gráfico raro de Paulo Alves.
Conheço no terreno, em África, a Cândida a trabalhar temas como este e outros há duas décadas. Como todas as pessoas verdadeiramente talentosas e grandes, sabe fazer brilhar os outros à sua volta e dar-lhes a ribalta.
Obrigado pela lição. Mais uma vez.
É um projecto notável de qualidade humana e ambiental.
Situa-se na província do Kwazulu-Natal, nas proximidades de Durban, a cidade onde Fernando Pessoa se estreou nas lides da produção literária, quando ainda estudante liceal.
Desde então a Cimpor foi comprada pela brasileira Camargo mas os contornos desta presença no litoral indico africano mantêm-se intocados.
Um exemplo do que poderia e deveria ser feito em todo o mundo e a prova de que os interesses a viabilidade financeira de projectos desta escala não implicam forçosamente uma factura ecológica negativa.