Terça-feira, 19 de Maio de 2009

Onde se cruzam as fronteiras do rigor, da verdade e da vertigem em assegurar ambos, com o encaixar de "factos" em ideias pré-concebidas e a arrogância da ignorância?
O caso da professora de Espinho acusada de usar suposta linguagem “imprópria” e, pior ainda, uma postura tudo menos pedagógica na condução de um conflito com alunas é disso caso gritante.
Primeiro, de “escribas” (ser jornalista é algo mais do que fazer juízos apressados e coxos) a responsáveis escolares, todos se apressaram a linchar publicamente a professora.
Agora (tire-se-lhe o chapéu) o jornal Público mostra hoje a outra face deste mesmo quadro, onde alunos da dita escola avançam ter-se tratado afinal de uma “emboscada” a uma professora por eles descrita como “espectacular” e uma “segunda mãe”.
Enquanto não se apura onde mora a verdade, o bom nome da professora em causa já foi arrastado na lama e, como se tem tornado hábito, foi sepultada a presunção de inocência da dita cuja.
Faz-me lembrar a recorrência de “notícias” contra o Colégio Militar, alicerçadas em comportamentos de desvio de alunos identificados e que são por isso mesmo alvo de processos disciplinares rigorosos (como oxalá ocorresse nos estabelecimentos de ensino públicos deste país).
O grave (muito antes pelo contrário!) não é divulgar abusos cometidos – porque ainda bem que isso é feito – mas sim induzir falsamente que seriam situações sancionadas e abafadas por pessoas e um sistema com elas coniventes.
O apuramento da verdade não se constroi montando uma mentira estalinista mas ouvindo de forma isenta todas as partes, cruzando os argumentos e verificando a sustentabilidade dos mesmos antes de formalizar juízos.
P.S. Já agora seria interessante verificar-se o que implicaria em negociatas um eventual fecho do Colégio Militar e a alineação imobiliária dos respectivos terrenos numa zona nobre de Lisboa.
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Domingo, 5 de Abril de 2009
A história em si é tão inverosímel que mais parece uma mentira de 1º de Abril.
Mas quando é verdadeira e aconteceu, mesmo, e no 1º de Abril, duplica-se o franzir das sobrancelhas.
Numa escola secundária de Saranda, no litoral adriático, os alunos decidiram pregar uma partida ao professor; toda a turma tomou comprimidos de um sedativo (Diazepam) e, a certa altura, quando decorria a aula, o docente notou que toda a classe se “apagara”.
Receoso de que se tratasse de algo grave, o professor mobilizou a evacuação de toda a turma para o hospital local, num ambiente de grande ansiedade.
Ali, a verdade seria clarificada. O director da escola descreveu a brincadeira como uma “idiotez colectiva”.
Domingo, 22 de Março de 2009
Um décimo dos Presidentes de Conselhos Executivos das escolas portuguesas vão levar ao limite a contestação ao sistema de avaliação de docentes imposto pelo governo.
Reunidos em Lisboa, representantes de 180 dos cerca de 1200 CE´s existentes em Portugal decidiram recusar-se a penalizar os professores que boicotem o controverso sistema, no formato imposto.
Os Pr´s dos CE´s sublinham não existir no quadro legal nenhuma disposição que obrigue os docentes a efectuarem tal avaliação sendo assim ilícita uma penalização por recusa.
Foram ainda acordados os princípios de criação de uma futura associação de dirigentes de escolas públicas