O alerta é das Nações Unidas; o número de pessoas à fome no Mundo deve ultrapassar este ano pela primeira vez a fasquia dos mil milhões!
E o mais chocante é que a esmagadora maioria dessas pessoas reside em alguns dos continentes potencialmente mais ricos do Planeta em termos agrícolas; Ásia-Pacífico e África.
As causas são múltiplas (quanto o seriam as respectivas soluções) mas um facto é que a humanidade continua de costas voltadas para os mais frágeis enquanto prevalece o umbiguismo.
Já não falo das toneladas de alimentos deitados anualmente ao lixo por excederem as chamadas cotas produtivas de blocos económicos.
Um problema alheio? Nem tanto! Já reparou nos “restos” de comida que todos os dias manda para o lixo em casa ou deixa na mesa em restaurantes?
Já reparou nas quantidades pantagruélicas de calorias e produtos redundantes que ingere todos os dias?
Já reparou que uma alimentação inteligente e eco-amiga pode ser a chave para um corpo, uma mente e uma carteira bem mais saudáveis.
Então porquê o autismo intelectual com que todos dias pastamos as refeições, quais ruminadores em rotina de acumulação calórica, precavendo dias de fome?
Amanhã, sexta-feira, assinala-se o dia Mundial da Alimentação! Pense nisso, aja, seja bem mais saudável e ajude os outros a sê-lo.
Como é habitual, no nosso Eurocentrismo, vamos ignorar ou até menosprezar o alerta do rei zulu Goodwill Zwelithini mas se por acaso fôssemos mesmo uma sociedade culta, como gostamos de acreditar, teríamos uma atitude bem diferente.
Zwelithini é a primeira figura de uma das maiores e mais antigas etnias de África, portadora de valores colectivos que só perdemos em ignorar.
Entre nós será unânime criticar o colonialismo e o racismo mas quando milhares de zulus sofrem de fome numa das regiões mais ricas do mundo em termos agrícolas e todos ignoramos os protestos de Zwelithini quem será que está errado? Ele ou nós?
É claro, como as televisões não o mostram e isto se passa no hemisfério sul, não temos nada a ver com isso.
E assim vai a nossa civilização.