O atirador dispara da sede do partido Frelimo em Maputo.
As imagens falam por si, por trágica que seja a leitura das mesmas, em todos os aspectos.
Pelo menos quatro pessoas morreram e mais de uma centena de outras ficaram feridas durante protestos contra o agravamento acentuado do custo de vida em Moçambique.
Nada justifica o vandalismo e muito menos o extravasar das emoções. Mas se isso é válido para o cidadão comum ainda o é muito mais para quem representa o Estado e é suposto defendê-lo da tentação da prepotência, ou, no caso pendente, o faz de dentro da sede do partido no poder.
É verdade que o governo de um país pobre não tem grande margem de manobra para suavizar o impacto social da crise económica mundial, mas o facto é que também deveria ter pensado isso quando em 2009 sustentou artificialmente a economia para não agravar o custo de vida em ano de eleições.
Ganhou-se o escrutínio. Hipotecou-se o futuro. E agora?