Duas vozes moçambicanas abraçadas num projecto musical de brilho planetário.
No meio da savana austral, a soprano Stella Mendonça e a contralto Sonia Mocumbi somam-se a 53 membros da Orquestra sinfónica francesa de Pontarlier numa ilustração musical arrebatadora.
Fica aqui um "teaser" deste arco-íris para vos adoçar os sentidos.
O atirador dispara da sede do partido Frelimo em Maputo.
As imagens falam por si, por trágica que seja a leitura das mesmas, em todos os aspectos.
Pelo menos quatro pessoas morreram e mais de uma centena de outras ficaram feridas durante protestos contra o agravamento acentuado do custo de vida em Moçambique.
Nada justifica o vandalismo e muito menos o extravasar das emoções. Mas se isso é válido para o cidadão comum ainda o é muito mais para quem representa o Estado e é suposto defendê-lo da tentação da prepotência, ou, no caso pendente, o faz de dentro da sede do partido no poder.
É verdade que o governo de um país pobre não tem grande margem de manobra para suavizar o impacto social da crise económica mundial, mas o facto é que também deveria ter pensado isso quando em 2009 sustentou artificialmente a economia para não agravar o custo de vida em ano de eleições.
Ganhou-se o escrutínio. Hipotecou-se o futuro. E agora?
Foto: Paixão Lusitana
A Paixão Lusitana já está em Maputo, após mais de 14 mil kms por estrada a caminho do Mundial de futebol, que se inicia no próximo dia 10, na África do Sul
Uma aventura que fica para a história em nome da paixão pelas cores lusas.
Os três amigos portugueses que partiram de caravana a 25 de Abril dos jardins fronteiros ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, tinham inicialmente definido como alvo aportarem no Cabo (África do Sul) a 10 de Junho, dia de Portugal.
No blog de viagem adiantam agora que contam cruzar de seguida a fronteira moçambicana com a África do Sul e chegar no sábado a Magaliesburg, local onde se vai concentrar a selecção portuguesa.
Foto: Paixão Lusitana
Foto: Paixão Lusitana
A Paixão Lusitana foi assaltada em Moçambique, depois de atravessar incólume desertos e os perigos de países como o Sudão e a Etiópia.
Os três amigos partiram de caravana de Lisboa a 25 de Abril rumo à Cidade do Cabo, em nome de uma paixão comum; a selecção portuguesa de futebol (http://fann1portugal.wordpress.com).
No seu blog de viagem, lê-se que a caravana foi assaltada em Vilanculos, e roubaram-lhes um notebook, três pares de ténis e uma mochila, quando ainda tinham uma viagem de 700 kms pela frente até Maputo.
Pelas mesmas bandas anda nesta altura o motoqueiro português Osvaldo Garcia, que partiu de Penafiel a 5 de Abril e pretende chegar a Pretória (e não ao Cabo) no próximo dia 10, depois de atravessar 16 países (http://osvaldogarciarumoboaesperanca.blogspot.com).
Só espero que Queirós e seus selecionados estejam à altura de tanto empenho, amor à camisola e determinação.
Foto: Paixão Lusitana
Os três amigos que partiram a 25 de Abril de Lisboa a caminho do Cabo já rolam em Moçambique após venceram as durezas do Sudão, Etiópia e de milhares de quilómetros de desertos.
O objectivo da Paixão Lusitana é chegar ao Cabo da Boa Esperança a 10 de Junho, véspera do pontapé de saída do Mundial de Futebol na África do Sul.
No blog da expedição, que actualizam regularmente, lê-se que a aventura rolava ao cair da noite de sexta-feira nas imediações de Quelimane, a terra "da boa gente" no relato centenário de Vasco da Gama.
Em metade do tempo que os navegadores portugueses levavam noutras eras a dobrar as tormentas em esperança no extremo Sul de África, estes maduros estão a escrever nova página da história, movidos pela paixão do futebol.
Carlos Brum, de 53 anos, açoriano residente no Algarve, Joaquim Batista, 50 anos, de Torres Vedras, e Jorge Franco, 38, de Palmela, puseram-se à estrada após uma churrascada tarde adentro, entre abraços de amigos, familiares e passantes curiosos com a festa e colorido do evento.
Uma viagem de 17 500 quilómetros através do coração africano, após um trajecto europeu Lisboa-Madrid-Barcelona-Marselha, que poderá seguir aqui neste meu blog pessoal ou directamente na Paixão Lusitana http://www.paixaolusitana.com/index.php
Depois do post anterior ainda bem que de África nos chega esta pérola de humor.
Quem me conhece bem sabe como minha alma mora em África.
E de como me deslumbro com tudo o que gente com sensibilidade e talento sobre aquele continente connosco partilhe, como foi o caso de uma excelente Grande Reportagem passada na SIC e no Expresso.
Não me interessa que eu seja jornalista da "concorrência" porque, na verdade, a dita cuja é feita na alternância de saberes e de talentos e não no ofuscar dos brilhos alheios.
Aplaudo e aprendo todos os dias com quem me acrescenta o existir.
Sejam da empresa que meu vencimento retribui ou dos que melhor me ensinam a servi-la, com arco-íris de talento.
Ora entenda-o nesta reportagem de Cândida Pinto, Jorge Pelicano e Jorge Simão!
Um português acusado de tentativa de sabotagem de Cahora Bassa foi libertado junto com os outros três suspeitos após mais de um mês de prisão por a suspeita se ter provado sem fundamento
Os quatro pertencem a um movimento espiritualista que acredita na fomentação de energias positivas através de materiais como a orgonite, matéria que tinham largado na represa do Songo arrastando assim a acusação.
Situado no noroeste de Moçambique, o empreendimento hidroeléctrico de Cahora Bassa é o maior investimento feito pelos contribuintes portugueses fora das fronteiras do país e só passou a controlo maioritário moçambicano há pouco mais de um ano.
Além do cidadão português, os acusados eram de nacionalidades sul-africana, tswana e alemâ.
Foi um dos cada vez mais raros jornalistas lusófonos a quem tiraria o chapéu, se o usasse.
O foto-jornalista moçambicano Ricardo Rangel morreu em paz aos 85 anos durante o sono.
Conheci-o enquanto fui chefe da delegação da agencia Lusa em Moçambique nos anos 80. Ele um reporter tarimbado e eu um recém-apaixonado por um país de rastos onde até uma simples pasta de dentes era um produto precioso no rarefeito mercado local.
Ricardo Rangel participou em dezenas de exposições em diversos países, incluindo o Museu Guggenhheim, em Nova Yorque, e foi condecorado com o grau de Oficial das Artes e Letras pelo governo francês.
A sua impressão digital neste mundo é bem maior do que aquele olhar severo com que nos fuzilava; é a de um observador nato, um homem com um fundo e valor humano raros.
Um daqueles jornalistas em extinção, humilde, aberto à crítica, alheio às guerras das audiências, aos sound-bites, ao amiguismo e ao vazio de referências.