Numa assentada, "terramota-se" o Haiti e o Chile e "enxurra-se" a Ilha da Madeira...e a essência do humanismo.
Em comum o cenário de dor e o relembrar da nossa pequenez perante a natureza mas também a curtez de valores de tantos seres humanos.
No Chile foi declarado o recolher obrigatório em diversas zonas por causa das pilhagens de "oportunistas" do desespero alheio.
Já fora assim no Haiti e depois na Madeira onde esta "insónia" tirou o sono a uma PSP desmotorizada (grande parte do respectivo parque automóvel também foi na enxurrada).
Dá que pensar não dá?
Um hotel de luxo desfeito com a fragilidade de um castelo de cartas.
Equipas de emergência travam uma luta contra-relógio para resgatar sobreviventes entre os escombros daquilo que foi uma cidade...a capital haitiana.
Num país de população com dimensão idêntica à portuguesa, vegeta-se na rua e, à medida que os dias se somam, agrava-se o desespero de quem luta pela sobrevivência.
A ajuda humanitária chegou desta vez em quantidades maciças, mas o aeroporto de Port au Prince não tem meios para descarregar os contentores de alimentos, medicamentos e outros donativos internacionais.
A fragilidade humana deixada a nú. Não será tempo de revermos o autismo em que vivemos e as ilhas de solidão que vamos construindo à nossa volta?
http://abcnews.go.com/video/playerIndex?id=9566244
Se dúvidas houvesse a tragédia do Haiti deixou-o bem claro; este é um só Mundo!
Ninguém pode ficar indiferente à tragédia que se abateu sobre um país de mais nove milhões de pessoas, uma população próxima da portuguesa e na sua esmagadora maioria pobre.
A Save the Children fala de mais de dois milhões de crianças afectadas e que muitas delas terão ficado orfâs ou feridas.
Enquanto isso, familiares e amigos de pessoas desaparecidas, escavam com as próprias mãos entre ruínas de prédios de cimento, guiados pelos gemidos e gritos de vítimas ainda sobreviventes.
Nos Estados Unidos, Barack Obama já o afirmou; este é um tempo de a humanidade dar as mãos. O sofrimento haitiano é de todos nós.