Preso por ter cão e por não ter. É o que se poderia dizer dos promotores de um acordo ortográfico no mundo lusófono.
Do Brasil, o DN dá conta de críticas a tal esforço normalizador, ecoando idênticos anti-corpos subscritos deste lado do Atlântico.
Não está em causa a ”utilidade” estratégica de tal esforço em termos politicos e comerciais mas sim as implicações para os utentes do português, pintado com estas ou aquelas roupagens, consoante o meridiano em que é escrito ou verbalizado.
Além de o jornal O Globo já ter dado voz às resistências assumidas deste lado, sob o título “Portugal Reage”, o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, membro da Academia Brasileira de Letras, é citado entre os acordo-cépticos.
"No tempo do Getúlio (Brasil) e de Salazar (Portugal) foram feitos acordos que não prevaleceram, porque, na realidade, quem faz a língua não são as academias, nem os governos. Quem faz a língua é o povo," afirma. "Os portugueses jamais vão deixar de chamar o trem de 'comboio', não adianta.
Em Portugal, 'facto' é 'fato', e 'fato' é 'roupa'. Também temos nossas particularidades e jamais vamos chegar a um acordo".
O DN cita ainda Desidério Murcho, da Universidade Federal de Ouro Preto, a sustentar que "as pretensas vantagens do acordo são como as vantagens de ter gnomos de barro no jardim: são decorativos, mas não fazem a poda por nós".
Até porque, refere, "não há qualquer impedimento ortográfico à presença dos livros portugueses no Brasil, por exemplo. Na verdade, na biblioteca de filosofia da minha universidade encontram-se imensos livros portugueses e nem os meus colegas nem os meus estudantes se queixam da ortografia. Mas todos se queixam de ser muito difícil comprar livros portugueses".
Por fim, o jornalista José Carlos Tedesco lembra que, "entre os quase 200 milhões de brasileiros, muitos não conseguem sequer cumprir as regras antigas e, portanto, terão grande dificuldade - ou irão mesmo ignorar - as novidades".
P.S. Já agora seria interessante verificar-se o que implicaria em negociatas um eventual fecho do Colégio Militar e a alineação imobiliária dos respectivos terrenos numa zona nobre de Lisboa.
Um décimo dos Presidentes de Conselhos Executivos das escolas portuguesas vão levar ao limite a contestação ao sistema de avaliação de docentes imposto pelo governo.
Reunidos em Lisboa, representantes de 180 dos cerca de 1200 CE´s existentes em Portugal decidiram recusar-se a penalizar os professores que boicotem o controverso sistema, no formato imposto.
Os Pr´s dos CE´s sublinham não existir no quadro legal nenhuma disposição que obrigue os docentes a efectuarem tal avaliação sendo assim ilícita uma penalização por recusa.
Foram ainda acordados os princípios de criação de uma futura associação de dirigentes de escolas públicas