Simplesmente deliciosa esta alegoria política!
Vejam lá se não vos parece "vagamente" familiar?
O divórcio entre os eleitores portugueses e os políticos é cada vez maior.
A diário espanhol ElMundo destaca ter havido um empate nas presidenciais deste domingo entre Cavaco e a abstenção.
O frio e problemas derivados do uso do cartão de cidadão agravaram o alheamento de mais de metade do eleitorado português, mas as razões principais desse divórcio moram, cada vez mais, num descrédito crescente relativamente à solidez dos candidatos.
O ElMundo recorda mesmo que desde o 25 de Abril, os presidentes portugueses em exercício só têem vagado o posto por limitação constitucional do número de mandatos (dois) e não por opção do eleitorado.
Antes o diabo conhecido do que a aposta no desconhecido, é uma palavra de ordem aparentemente mais sonante do que as avançadas pelos candidatos rivais. Fernando Nobre e Manuel Alegre que o digam, para não falar nos restantes derrotados.
Alguma coisa está profundamente errada num país que há 45 anos foi palco de um levantamento militar alicerçado, exactamente, na recuperação dos direitos democraticos.
É tão urgente pôr em ordem as contas públicas como mobilizar os portugueses num projecto humano e de sociedade coerente e consistente.
Um cenário onde estejamos dispostos a apertar o cinto e a rever a forma de estar na vida, mas com uma noção concreta e sólida, do objectivo perseguido e do futuro que iremos legar aos nossos filhos.
O presidente não achou piada e fechou a porta à banda do WakaWaka.
Os FreshlyGround já tinham recebido luz verde para ir dar um concerto ao Zimbabué quando um funcionário da emigração do país vizinho lhes telefonou a informá-los que lhes tinham sido cancelados os vistos de entrada.
O porta-voz da banda que actuou com Shakira no encerramento do Mundial de futebol quis saber porquê. Responderam-lhe que fosse ver o vídeo acima anexado.
O video Chicken for a Change parodia a triste realidade de um país que já foi celeiro da região e morre agora à fome, enquanto o principal responsável desse desastre, o presidente Robert Mugabe, foi reconduzido no poder após eleições fraudulentas.
Um líder é como um pastor.
Caminha atrás do seu rebanho, deixando os mais aventureiros ir pastando à sua frente, seguidos pelos restantes, não se apercebendo que são conduzidos por detrás" .
Nelson Mandela -
"Long Walk To Freedom"
O Irão quer triplicar para cerca de mil milhões as suas actuais trocas comerciais em Portugal que já remontam há quase 500 anos.
O objectivo foi anunciado pelo Vice-Mne Medi Safari, durante uma conferência de imprensa no hotel Marriot, em Lisboa, onde revelou que os dois países vão lançar um selo do correio alusivo ao quinto centenário destas trocas comerciais.
Safari reeditou o argumento de a democracia no Irão ser bem mais participada do que na Europa, com uma afluência às urnas que foi quase o dobro as recentes eleições europeias.
Contestou por outro lado críticas à democracia no Irão contrapondo que num país como os Estados Unidos, um presidente pode ser eleito sem ma maioria de votos, como foi o caso de George W Bush face a Al Gore.
Safari assegurou que as autoridades iranianas se têm limitado a reprimir pessoas que se aproveitam de manifestações para destruirem bens e património e que as sete vítimas mortais ocorreram durante uma tentativa de roubo de armas numa base militar.
Quanto à restrições a jornalistas estrangeiros, sustentou primeiro não ter conhecimento de tais medidas mas argumentou depois ser evidentem, "em muitas reportagens", uma distorção dos factos, invariavelmente contra o executivo de Ahmadinejad.
Afinal a Europa já nos governa hoje em dia mais do que nós nos governamos a nós mesmos.
No “aquecimento” para o dito escrutínio, assistimos a um "sprint" paroquial de tempos de antena e “reportagens” com candidatos a algo cada vez mais ausente dos telejornais e assim subtraído do saber comum; a Europa; como funciona, como influi nas nossas vidas, como e porque nos diz respeito.
É por isso "pacífica" uma abstenção maçiça no próximo domingo. Votar para quê? E em qual dos menores desertos de ideias/propostas?
Do mundo, cada vez mais, vemos nos noticiários apenas as tragédias, os desastres, os modismos e os "fait-divers".
Depois, no domingo, estar-se-à horas a dissecar uma noiva cada vez mais remota.
Essa coisa progressivamente estranha, caricata, chamada Mundo.