Te sinto no ar que respiro, no arrepio de pele, na brisa do finar da tarde que se amorna. No piar das gaivotas que depenicam o espelho do mar.
Me largo de mim num voo sem fim, sonhos adentro onde nos despimos meninos de tudo o que a vida foi pintando em nós e me descubro sentado no terceiro degrau do arco-íris.
Raio de luz que me grita a vertigem de ser feliz porque sim. Porque essa é a vertigem de tocar. Aquela pele que nos arrepia com cheiros e desejos, mesmo antes de lá chegar.
Não sei quem tu és. Onde moras. Mas sei que existes algures e só por isso tudo vale a pena. Estou a caminho de ti. Já me sentes?