Pode parecer um problema dos outros. Antes o fosse.
Anos sucessivos a baixar a fasquia do ensino para melhorar as taxas de suposto sucesso escolar, a desautorizar professores, a aprovar alunos calinos que completam licenciaturas a mal escrever sequer em português, conduz ao quê?
O mais fantástico é que há mesmo quem acredite que se está a melhorar, que os estudantes agora pensam melhor do que há umas décadas atrás, quando os alunos eram forçados, imagine-se, a memorizar matérias, e não transitavam de ano sem dominarem, no mínimo, 50 por cento dos conteúdos ou das destrezas requeridos.
E a factura já se está a pagar, quando a actual geração de pais jovens - formada nessa iluminação educativa - perdeu a noção da escala da gravidade da herança que vai deixar aos próprios filhos. Porque ninguém sente a falta do que desconhece.
Uma sociedade que não procura a excelência, não define um perfil de homem a formar, é como um sprinter que corre às cegas sem ver a pista.
Irá ter a um lado qualquer. Certamente! A grande velocidade; também.
E, com igual probabilidade, estampar-se-à algures.