No gume dos limites da informação perdemos a capacidade de saber até que ponto nos subtraem verdades politicamente desconfortáveis ou compramos como verdadeiros relatos total ou parcialmente distorcidos.
Na era do info-espectáculo os telejornais respiram e vivem das audiências...e ponto final.
Se os governos não se preocupam com o perfil de sociedade e de Homem que construímos (sem direcção que não seja a aritmética) qual o papel que resta aos media? Vestir-se de D.Quixotes ou acomodar-se e sobreviver?
Será esse o mundo que queremos deixar para os nossos filhos?
Quinta-feira nasce mais um canal informativo de televisão para um mercado incipiente de telespectadores.
Dos 2,1 milhões de assinantes de televisão por cabo existentes em Portugal apenas 34 mil são telespectadores dos dois canais informativos portugueses ali disponíveis actualmente. Ou seja, o potencial está lá todo mas algo, obviamente, não funciona.
Os responsáveis da TVI24 acreditam que o erro estará na forma de fazer informação até agora seguido pela SicNotícias e a RTPN e, como tal, irão apostar num critério editorial diferente.
No entanto, eu tenho sérias dúvidas se;
A) O público português está interessado em ter mais informação televisiva nos moldes actualmente produzidos pela TVI, SIC e RTP;
B) A informação produzida é a que efectivamente interessa mais aos portugueses ou o resultado do que os coordenadores dos Telejornais/Direcções de Informação supõem que o seja;
Pelo que me toca, espero que o novo projecto da TVI seja o maior sucesso no alargamento do mercado publicitário televisivo.
Caso contrário será apenas mais uma acha na guerra de audiências onde dita regras a cada vez maior estupidificação do público televisivo.