Três dos gigantes da música africana actual, entre os muitos daquele continente deslumbrante que mexem comigo.
Experimenta ouvi-los com todos os sentidos e diz-me de tua justiça.
Há uns anos fiz uma reportagem para a RTP sobre o estigma dos albinos na África austral.
Recordo uma escola onde os meninos albinos vegetavam sózinhos, sem ningém para brincar, devido à crença de que nascem sem alma e podem, por isso, roubá-la a quem deles se aproximar.
Somos todos irmãos vestidos de peles de cores diferentes.
Sonhamos, choramos e voamos no existir sem distinções rácicas. Somos um. Apenas diferenciados pelo que foi em nós semeado ao longo da vida.
O que nos foi dado a aprender e a possibilidade que tivemos de lhe dar seguimento.
O resto, é pura ignorância e preconceito.
http://www.elmundo.es/especiales/2011/01/salud/fantasmas-tanzania/index.html
É dos homens mais deslumbrantes que já entrevistei.
Desmond Tutu foi prémio Nobel de paz de um mesmo país que por esses dias mantinha encarcerado Nelson Mandela.
E ao destacar-se por mérito próprio num mesmo plano, antes de Madiba ser libertado, e já depois de este ter liderado uma reconciliação redentora, Tutu tornou-se uma referência por si mesmo.
Dele guardo o testemunho de sessões trucidantes da Comissão da Verdade e Reconciliação. Onde nos recosturámos irmãos, na partilha de dôr.
Obrigado. Sempre!
Muda o mundo com as tuas próprias mãos.
Somos apenas a impressão digital que deixarmos atrás de nós no mundo, quando um dia voltarmos a ser degraus do arco-íris.
Esse dia pode estar longe ou ser já amanhã. Que importa a dimensão da viagem se todos os dias deixarmos o melhor de nós, na brisa do tempo?
É uma voz notável que através da música já foi vincada pela Times como uma das 100 mais influentes do Mundo.
Escutei-a em Brazzaville, no Ruanda e em Moçambique, um apelo arrepiante de união humana.
E porque não? Se o quisermos?
E deixa teu corpo arrastar-te nesse gingar que apetece, tornando-nos parte da natureza, deste chão telúrico que nos agarra e alimenta.
Somos felizes. Tantas vezes sem darmos por isso.
A África lusófona é notícia (desta vez) por bons motivos.
Cabo Verde surge em quarto lugar (incluído no quadro de honra continental de boa governação) e Angola deu um salto enorme no sentido positivo, do chamado index Mo Ibrahim.
É uma avaliação anual, país a país, patrocinada pela fundação de um multimilionário sudanês (Mo Ibrahim).
Nas conclusões deste ano evidencia-se um alerta: as melhorias económicas e de qualidade de vida estão a ser contrariadas por recuos a nível dos direitos humanos e das liberdades civis em muitos países africanos.
A classificação global inclui items como segurança, participatividade, direitos humanos, oportunidades económicas sustentáveis e desenvolvimento humano e é por via disso, que de uma forma algo inesperada, Cabo Verde surge à frente de um gigante como a África do Sul.
Em termos de qualidade de governação, figuram ainda nos trinta melhores países africanos dois lusófonos; São Tomé e Príncipe (11º) e Moçambique (20º).
Apesar de todas as convulsões de que tem sido palco, a Guiné-Bissau figura na 41ª posição, entre os 53 avaliados, à frente de Angola (43ª), o país que mais subiu mas é ainda fortemente penalizado como um dos mais frágeis do mundo em termos de desenvolvimento humano.
Em 1976, 27 jovens foram abatidos a tiro no Soweto quando se manifestavam contra a obrigatoriedade do ensino de Afrikaans, a língua do regime que impôs o apartheid na África do Sul.
Agora, estudantes de todas as raças foram à mega-cidade negra satélite de Joanesburgo numa marcha de reconciliação e homenagem às vitimas do incidente que virou a história do país.