Terça-feira, 18 de Novembro de 2008

Doar por amor ou dever?

 

 
 É uma opção tão óbvia, para uns, quanto controversa para outros;
             - A doação de orgãos é um dever de solidariedade humana ou só o deve fazer quem se pronunciar, nesse sentido, em tempo útil (Isto é, em vida) ?
 
No Reino Unido - país onde mais de mil pessoas morreram no ano passado em lista de espera por transplante de orgãos e outras 7.500 pessoas ainda aguardam pela sua vez  - reacendeu-se a celeuma em torno desta questão.
Isto após ter sido rejeitada uma proposta de reforma da actual lei britânica, segundo a qual só é doador quem expressar em vida tal vontade.
 
A moção agora rejeitada, preconizava o oposto; todos somos potenciais doadores, após a morte, a menos que registemos, em tempo oportuno, a oposição a tal gesto.
A título comparativo, enquanto na vizinha Espanha, foram doados em 2007 um rácio de 34,3 orgãos por milhão de habitantes, essa razão fixou-se no mesmo período, em 13,2 orgãos, no Reino Unido.

publicado por António Mateus às 11:45
link do post | comentar | favorito
Segunda-feira, 20 de Outubro de 2008

Sementes de palavras

  O escultor de pedra, de metal ele mesmo forjado, diz tudo sem abrir a boca. Ali, prantado há décadas, à entrada da Escola (Secundária) Industrial Infante D. Henrique, no Porto.

 

  De maço, alçado, segura o escopro de encontro ao calhau de pedra, onde rasgará sulco pensado, que, por enquanto, só ele vê.

 

  Sem uma palavra, uma única que seja, diz tudo, para quem o quiser ver. Para quem ainda o vê, entre os passantes, correntes, entre a escola e outros destinos. Como os meninos ali diariamente refundidos.

 

  Alguém branqueou com tinta aquela cara de metal verde e a obra assim, temporariamente delapidada, parece ter-se mascarado de vida e que, num gesto de magia, irá finalmente soltar a palavra.

 

Uma que seja. Prenha do amor, insuspeito, por detrás daquelas paredes diariamente semeado. Há décadas. Em gerações de alunos. De adolescentes.

Palavras que o vento não leva, mas antes penteia. Dentro de nós.

 

 Abençoada escola, que tais sementes deita. Com um carinho que tudo contorna, incluindo a suposta aridez do vaso recipiente. Porque onde alguém desenha sonhos, se recortam arco-íris.

 

E a terra se refaz, fértil. Negra.  Pronta ao semear dos girassois.


publicado por António Mateus às 10:34
link do post | comentar | favorito

pesquisar

 

links

arquivos

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Julho 2013

Maio 2013

Março 2013

Outubro 2012

Junho 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

tags

todas as tags

subscrever feeds