No momento em que lê isto há milhões de pessoas em todo o mundo envolvidos em ciberssexo. Ou melhor, teclando-o.
Muitos são homens. Rezam os preconceitos que o serão na sua maioria. Mas reza também a lógica que a menos que sejam gays, isso implica que de cada lado da linha estará uma pessoa de cada sexo.
O facto de recorreram a essa via não significa que sejam pessoas não atraentes, com cortes de cabelo loucos ou mau odor corporal, mas, simplesmente, que vivem num mundo cada vez mais impessoal.
Um estudo que acabei de ler num site sul-africano mostra mesmo que a percentagem de mulheres envolvidas neste tipo de “relacionamento” é cada vez maior, já que o meio virtual lhes permite contornar barreiras e preconceitos sociais prevalecentes há séculos.
É "seguro" num mundo brutal e cada vez mais predatório, até porque a maioria dos homens “online” não são tarados sexuais (assim o assegura o dito site) a menos que os haja aos milhares de milhões por esse mundo fora.
Mas manda também a lógica que repensemos o mundo que estamos assim a construir e os castelos de solidão dessa forma perpetuados.
As magias nunca foram "seguras". E são-no, "magias", exactamente por tal fragilidade.