
A liberdade de uns acaba onde começa a dos outros: Um princípio pacífico? Ou nem por isso?
Ora vejamos e aplicando um braço-de-ferro que marca a actualidade em França (mas bem poderia transbordar para o rectângulozito luso):
- Os sindicatos dos professores gauleses convocaram uma greve nacional para Quinta-feira, dia 20 de Novembro, que se configura de adesão maciça.
Até aí tudo bem. O exercício democrático “civilizado” prevê o recurso à paralização laboral como um dos passos legítimos de “negociação”, independentemente dos transtornos decorrentes de tal medida.
E se os pais dos “meninos” privados de aulas ficam a braços com o que fazer com os seus rebentos “nesses-dias-sem-aulas”, o mesmo poderá argumentar-se relativamente a todos os lesados por disputas laborais nos mais diversos sectores.
A força reivindicativa dos grevistas é, aliás, proporcional à escala de decibeis do coro de protestos dos lesados.
Delicado é o teste imposto pela greve à nova legislação gaulesa, que obriga as escolas Primárias e Pré-Primárias (ou respectivos enquadramentos municipais) a garantirem o acolhimento e ocupação dos educandos sem aulas, durante a paralização dos respectivos docentes.
O assunto merece destaque de primeira página no jornal “Le Monde” de hoje, mas aqui, em Portugal, opta-se por discutir pela "pintelhésima" vez as cacafonias dos políticos e falar-se (sem se perceber nada) dos modelos de avaliação dos professores.
Só alguém ignorante ou de má-fé pode vislumbrar aqui uma conspiração colectiva de fuga às avaliações por parte de uma classe que vive toda a carreira sob permanente escrutínio.