A questão é de princípio mas onde começam e acabam as fronteiras do pragmatismo e as da hipocrisia?
Liedson poderia ser indiscutivelmente uma solução imediata para um problema que exige soluções igualmente urgentes.
Para Portugal garantir um lugar na fase final do Mundial de futebol de 2010 exige-se um quase milagre ou uma reviravolta radical na capacidade concretizadora da equipa.
Tudo bem, poder-se-ia pensar. Ponderar. Digerir até, mas tempo para regurgitações é o que não se dispõe e se Portugal não vencer em Março a Suécia será matematicamente impossível estar na África do Sul.
Se dúvidas houvesse quanto ao momento de forma de Liedson e a sua eficácia como goleador, o ultimo Sporting-Benfica tê-las-à esclarecido de forma fulminante;
- Se existe um “matador” a jogar em Portugal esse alguém é sem hesitação o avançado sportinguista.
E falando a direito, se Obikwelu pode naturalizar-se português e correr com as cores lusas numa modalidade teoricamente amadora como o atletismo que falso moralismo trava o mesmo processo num campo altamente profissional como o futebol?
E nem é preciso argumentar que o próprio já manifestou interesse nesse sentido e em jogar pela selecção portuguesa e reúne os requisitos legais para tanto.
Se a naturalização de Liedson e a sua convocação para a selecção nacional nestas circunstâncias fossem terreno virgem ainda se poderia entender a hesitação, mas já ouviram falar de uns tais de Deco e de Pepe?
E alguém ainda contesta o acerto dessas decisões?