Lembram-se de quando eramos pequeninos e às vezes ganhávamos jogos por falta de comparencia?
No que me toca passava-me dos carretos.
Tinhamos passado tanto tempo a treinar para o jogo e mais a trabalheira de ir de autocarro e eléctrico até ao estádio que depois sabia a pior que derrota a balda dos adversários.
Ao contrário, no nosso cenário (pesadelo?) politico, o sentido é que José Sócrates parece retirar um duplo prazer da balda ou escassez de talento da oposição parlamentar.
Por um lado, presumindo-se, cada vez mais, “dono” da verdade única, refuta recorrentemente como “ataque pessoal” o questionar do seu iluminismo ou "destino" beático.
Por outro, a incompetência e hipocrisia da oposição (que questiona agora o que protagonizou quando era governo) permite-lhe fazer o que lhe dá na gana sem penalização das intenções de voto, mesmo quando persiste na destruição de todos os sistemas sectoriais de apoio social conquistados após o 25 de Abril, para acerto contabilístico.
Sócrates tem assim mil motivos para sorrir.
A bola é dele, as chaves do estádio foram-lhe confiadas e o adversário baldou-se!