Quando um país se afunda a níveis sem precedentes na era moderna é, no minimo, de profundo mau-gosto abardinar-se o contexto em que hipotecamos o nosso futuro e, pior ainda, o dos nossos filhos.
José Sócrates cometeu certamente erros de processo graves numa sociedade democrática moderna, especialmente quando as medidas em causa arrastam sofrimentos adicionais a contribuintes já em apuros.
Mas o facto é que nunca a oposição avançou propostas eficazes alternativas às medidas impopulares avançadas por Sócrates.
E quando o lider do principal partido da oposição (PSD) admite que provavelmente aplicaria medidas análogas às do PEC chumbado quarta-feira e que o está em causa é a credibilidade de quem assina as medidas e não a adequação destas, é caso para gritarmos por socorro.
E ninguém nos salva destes políticos todos? Será que não podemos vendê-los a Bruxelas a troco da dívida?
Estreou-se por "acidente" aos microfones da rádio para relatar um Benfica-Porto.
Desde então tornou-se parte do nosso imaginário como Senhor, actor, apresentador, comunicador por excelência e tal como todos os Excelentes, por uma humildade contagiante.
Agora subiu mais um pouco nos degraus do arco-íris, para ir descansar desta curva na estrada.
Até ao meu dia, homem bom!
Os arquitectos-músicos que marcaram a minha geração pelo génio de multimédia, traduzido na mega-alegoria de "THe Wall".
Hoje e amanhã no Pavilhão de Portugal pela mão de Roger Waters um grito trans-geracional de inconformismo contra o passar a ferro dos sonhos, do pensar diferente e do acreditar em algo melhor.
Mas tudo menos rasca. Porque à-rasca andamos todos há gerações, por um mundo melhor.
São nossos os meninos sem tecto deste mundo.
Vi-os aos milhares em campos de refugiados, olhando-nos como se fossemos jangadas para um mundo melhor.
E nós, adultos, nos rodeávamos de mar, tornados ilhas de álibis, para podermos sair dali, desancorados do nosso próprio coração.
Mas quando olho bem para dentro de mim vejo-os lá todos. Cada um deles.
Como aquele menino da foto do Kevin Carter, observado por um abutre. Como se não fosse nossa a missão de espantar o pássaro e lhe dar, a cada um deles, um motivo de sorrir.
Zheng Guigui nasceu sem dedos na mão direita e em apenas três anos concretizou o sonho de ser pianista.
Zheng deixou boquiapertos e comovidos até às lagrimas muitos dos telespectadores que assistiram a esta sua prestação num concurso de talentos da televisão pública chinesa.
E o que torna ainda mais impressionante este feito é que a jovem de 19 anos só em 2008 viu pela primeira vez um piano, porque residia numa localidade remota.
Já perdeu o pai, o marido, e um irmão em incidentes violentos e ela própria sofreu dois atentados lançados pelos talibâ.
Mas nem isso lhe travou a determinação de procurar um futuro mais justo e iqualitário para todos no Afeganistão.
Aos 35 anos, Fawzia já conquistou uma das duas vice-presidências do parlamento afegão e prepara-se para disputar as próximas eleições presidenciais, marcadas para 2014.
Entrevistei-a num hotel de Lisboa, por onde passou em viagem de promoção do seu livro Às minhas filhas com amor...