Lembras-te deste filme do "Charlot"?
Recorda-nos sempre que nós podemos ser e fazer a diferença!
Escolhe sempre a metade meio cheia da vida, especialmente quando o lado de sombra parecer negar a luz.
Três grandes lições a tirar para Portugal do jogo com a Espanha:
a) Se dúvidas houvesse, foi mais uma vez óbvio que Cristiano Ronaldo não pode ser o capitão; desaparece o guerrilheiro, a equipa fica "liderada" por alguém que (pelo fardo?) se torna uma sombra de si mesmo... e quando um capitão não corre atrás da bola, é o primeiro a baixar os braços e não dá a cara pela equipa na hora da derrota (recusou-se a falar aos jornalistas) que "alma" transmite ele à equipa?
b) Pode Portugal jogar de outra forma e esperar melhor sorte no Europeu, quando Queiroz insiste que a equipa actuou com garra frente a uma Espanha de quem levou uma lição exactamente nessa mesma atitude?
c) Quando Meirelles, Simão e Pepe estavam claramente em dia não, que faziam Fernando Mendes, Deco e Liedson no banco até meio da segunda parte e o que continuou Deco a lá fazer, até ao apito final, quando a equipa gritava por um abre-latas pensador?
Ninguém corrige o que não vê...
Penoso, mas pelos motivos opostos, foi assistir às lágrimas do Eduardo, um gigante de tal escala que o seu homólogo, Casillas, correu de baliza a baliza, no final do jogo, a abraçá-lo.
Parabéns à Espanha que acabou por ganhar - graças a um golo marcado em posição irregular, é verdade - mas mostrou do primeiro ao último minuto que os jogos se ganham com querer, determinação e a pressionar o adversário, forçando-o a cometer erros, até a sorte lhe sorrir.
D.R.
A magia de Mandela enfeitiça Portugal!
Carlos Queiroz convidou o capitão histórico dos campeões mundiais de rugby de 1995 a partilhar com o selecionado português o segredo que converteu um "quinze" sul-africano (então) frágil animicamente no único conjunto que travou e bateu os "all blacks" do gigante Jona Lomu.
Uma epopeia retratada no filme Invictus ( "inconquistado" ou "inconquistável" em latim) onde Morgan Freeman e Matt Damon representam fielmente os papeis de Nelson Mandela e François Piennar.
Foi só uma das histórias reais mais comovedoras e cheia de luz que já testemunhei enquanto ser humano, primeiro, e jornalista, depois.
Documento que diz mais do que milhões de palavras...
Passam hoje 20 anos que fui colocado como jornalista na África do Sul
...e, no coração, nunca mais de lá saí!
A reportagem diz tudo!
O Earth Lodge, na África do Sul, à beira de Moçambique, é um dos projectos de eco-turismo mais premiados do mundo e um dos mais deslumbrantes que alguma vez visitei.
Prometido e cumprido, o principal jornal diário de Durban saiu hoje para as bancas escrito pela primeira vez em português.
Uma homenagem ao Portugal-Brasil pela luso-descendente Ângela Quintal (filha de pais madeirenses) que desde Fevereiro dirige o “The Mercury”.
A primeira página é a que lhe mostro acima e da qual já vos tinha dado um cheirinho aqui neste blog há quatro dias m primeira mão.
Luis Fabiano e Cristiano Ronaldo ilustram “um jogo de sonho”, título de abertura, de uma edição especial, lusófona, a pensar também na “invasão” pelos vizinhos moçambicanos.
Abraços de uma terra onde Vasco da Gama e seus homens ancoraram a 25 de Dezembro de 1497, à beira de um motim, com grande parte da tripulação a querer regressar a Portugal tais eram as durezas da viagem com destino à India.
Na História se baptizou assim aquela provincia como Natal, em homenagem à época natalícia em que por ali puseram pé oficialmente os primeiros europeus.
Foto: João Silva /New York Times
João Silva nasceu na margem sul de Lisboa em 1966 e conheci-o na África do Sul onde ambos apostámos durante mais de uma década as nossas carreiras de jornalistas (e ele ainda continua a fazê-lo).
O João tem a simplicidade e desprendimento dos super-dotados que se afirmam pelo talento, coragem e frontalidade.
É hoje um dos grandes reporteres fotográficos mundiais da actualidade depois de ter começado a sua carreira no sul-africano Alberton Record, em 1989.
No ano 2000 deu à estampa, com Greg Marinovich, o livro Bang-bang club, obra de foto-jornalismo que fixava as venturas e desventuras do grupo com o mesmo nome e que ele também integrava.
Um conjunto de reporteres de imagem que ia aos pontos mais perigosos e obscuros da África do Sul quando o país do ouro derrapava na fronteira de uma guerra civil, no último estertor do apartheid.
São dele as fotos anexas, com a devida vénia, de reportagens profundas na periferia do Mundial de futebol.
Foto: João Silva /New York Times
Os dois finalistas do Mundial de 2006, Itália e França, não se deram bem com os ares de África e fizeram as malas logo na primeira fase.
Recomenda-se paciência aos proverbiais carrascos das cores lusas, particularmente às divas francesas que depois de "escreverem à mão" o passaporte para a África do Sul, à custa da Irlanda, (golo decisivo marcado à mão por Henry) vão agora ser sujeitos em Outubro a uma sabatina de "Estados Gerais" do futebol.
Quando jogar à bola se torna assunto de Estado será que não se deveria parar e aprender um pouco com o desportivismo e graciosidade com que a África do Sul, país anfitrião, saiu de prova com um sorriso?