Se o futuro do Brasil for o que se está a desenhar diariamente na Universidade Positivo de Curitiba mudo-me sem pestajenar para este país lusófono.
Já o disse aqui (neste blog) ontem mas nunca é demais sublinhar; meios pedagógicos ímpares e uma aposta no didatismo como prioridades de quem pensa e municia esta Universidade.
O debate desta semana foi a “Liberdade” mas, ao contrário daqueles em que participei noutros cantos do Mundo, aqui as fronteiras do debate seguiram o tema em si…com total liberdade.
Coisa de somenos? Longe disso! Muito antes pelo contrário.
É exactamente nessa coerência, latitude e coragem que se transformam alunos promissores em agentes da mudança (para muito melhor!) na sociedade.
Obrigado pela lição de saber estar e pensar que recebi de alunos e professores....como orador.
Obrigado em especial ao Vitor Carvalho, agora aluno da Positivo, que a vida me ofereceu como "irmão"!
P.S: Vejam só a qualidade deste poster académico da Universidade e ajuizem pela amostra...
É um espanto a Universidade Positivo em Curitiba!
Parece um resort de turismo de cinco estrelas Europeu mas onde se busca a excelência do didatismo académico; o saber pensar informado.
Hoje é dia de debate num dos auditórios: o "objecto" é a "Liberdade", um "bem" quase sempre só apreciado na sua plenitude quando..ausente ou reprimido.
O vídeo abaixo anexo é um testemunho crú de algo que tantas vezes só parece configurável em guião de cinema.
Como será talvez o olhar de muitos estudantes brasileiros que na sua esmagadora maioria não eram nascidos na altura da ditatura militar.
Em Curitiba recebi virtualmente este beijo emprestado de "O amor que choveu" de Antônio Prata ....sem palavras...
“Era uma vez um menino que amava demais. Amava tanto, mas tanto, que o amor nem cabia dentro dele. Saía pelos olhos, brilhando, pela boca, cantando, pelas pernas, tremendo, pelas mãos, suando. (Só pelo umbigo é que não saía: o nó ali é tão bem dado que nunca houve um só que tenha soltado).
(…) Tomou então a decisão: iria atirar seu amor ao mar. Um polvo que se agarrasse a ele — se tem oito braços para os abraços, por que não quatro corações, para as suas paixões? Ele é que não dava conta, era só um menino, com apenas duas mãos e o maior sentimento do mundo.
Foi até a beira da praia e, sem pensar duas vezes, jogou. O que o menino não sabia era que seu amor era maior do que o mar. E o amor do menino fez o oceano evaporar. Ele chorou, chorou e chorou, pela morte do mar e de seu grande amor.
Até que sentiu uma gota na ponta do nariz. Depois outra, na orelha e mais outra, no dedão do pé. Era o mar, misturado ao amor do menino, que chovia do Saara à Belém, de Meca à Jerusalém.
Choveu tanto que acabou molhando a menina que o menino amava. E assim que a água tocou sua língua, ela saiu correndo para a praia, pois já fazia meses que sentia o mesmo gosto, o gosto de um amor tão grande, mas tão grande, que já nem cabia dentro dela.
O video anexo poderia até pintar sorrisos, não fosse arrastar a dignidade de um ser humano a um (des)nível sem palavras.
Nunca será demais erguermo-nos em sentido inverso, pela lucidez e a verticalidade dos valores que sonhamos possam vir um dia a ser colectivos.
O video dá que pensar não dá? Se empurrarmos um pouco mais fundo na nossa própria consciência, o dedo da humildade, se calhar surpreendemo-nos com o ror de vezes em que nos presumimos régua métrica dos outros.
Sejamos bem mais tolerantes com a magia que é em si a fragilidade humana.
Um dos maiores problemas da humanidade não é o cometer de erros, mas a incapacidade em os aceitar nos outros enquanto os relativizamos em nós.
E que tal revisitarmos esta proposta, de um dos maiores pensadores contemporâneos, que vem a Portugal de 13 a 16 de Novembro?
"A nossa filosofia ensina a não utilizar drogas, álcool ou fumo e a buscar hábitos saudáveis.
"Se você não está sob influência de droga alguma - inclusive o álcool é uma droga, droga legal, mas é droga e o mais poderoso dos psicotrópicos - a vida em vez de ficar sem graça, é tornada muito mais interessante, porque encarada com maior lucidez.
Então se essa pessoa não está sob o jugo de nenhuma dessas substâncias tóxicas, que interferem com a consciência, tem mais felicidade, mais lucidez, percebe o mundo de uma outra maneira e, consequentemente, o mundo e a vida ficam muito mais divertidos.
Essa pessoa fica mais feliz de facto.
E, a longo prazo, a (nossa) proposta é aquele estado de consciência expandida que nos conduzirá ao autoconhecimento".
In "Entrevista Editada Filósofo De Rose" - http://selvaurbana.blogs.sapo.pt/2009/09
O alerta é das Nações Unidas; o número de pessoas à fome no Mundo deve ultrapassar este ano pela primeira vez a fasquia dos mil milhões!
E o mais chocante é que a esmagadora maioria dessas pessoas reside em alguns dos continentes potencialmente mais ricos do Planeta em termos agrícolas; Ásia-Pacífico e África.
As causas são múltiplas (quanto o seriam as respectivas soluções) mas um facto é que a humanidade continua de costas voltadas para os mais frágeis enquanto prevalece o umbiguismo.
Já não falo das toneladas de alimentos deitados anualmente ao lixo por excederem as chamadas cotas produtivas de blocos económicos.
Um problema alheio? Nem tanto! Já reparou nos “restos” de comida que todos os dias manda para o lixo em casa ou deixa na mesa em restaurantes?
Já reparou nas quantidades pantagruélicas de calorias e produtos redundantes que ingere todos os dias?
Já reparou que uma alimentação inteligente e eco-amiga pode ser a chave para um corpo, uma mente e uma carteira bem mais saudáveis.
Então porquê o autismo intelectual com que todos dias pastamos as refeições, quais ruminadores em rotina de acumulação calórica, precavendo dias de fome?
Amanhã, sexta-feira, assinala-se o dia Mundial da Alimentação! Pense nisso, aja, seja bem mais saudável e ajude os outros a sê-lo.
De amigos se constroi a vida. Gentes que nos somam colectivos. Nos ensinam a olhar para dentro de nós.
Somos os que fazemos, o que semeamos e também, o que comemos.
Comecei por ser cético, aos poucos fui sendo “contrabandeadi” para dentro de uma ética de vida diferente.
Tão diferente que ao princípio, como no anúncio da Coca-cola, “primeiro estranha-se... depois entranha-se”.
Saberes emprestados:
"Às vezes, é apenas a questão de “hoje eu cedo e amanhã a outra pessoa vai ceder”. Porque há uma reciprocidade natural entre os seres humanos.
Quando você tem uma atitude cavalheiresca, uma atitude fidalga relativamente a uma pessoa, mesmo que íntima, mesmo que seja um irmão, mesmo que seja um cônjuge, a tendência é que o outro reaja de forma semelhante numa circunstância imediata ou futura.
Certa vez, um amigo meu estava a conduzir muito mal. Fez uma inversão péssima e outro motorista quase abalroou o carro dele; o outro pôs a cabeça de fora e já ia dizer uns impropérios.
O meu amigo fez-lhe um sorriso muito simpático, como quem diz: desculpe, eu errei. O outro meteu a cabeça para dentro e disse: “vai, meu filho, vai!” E não deu briga. O que evitou o confronto? Foi só um sorriso".
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In entrevista de Mestre De Rose - cujo DVD integral será formalmente apresentado em Gala a ter lugar dia 13 de Novembro na Alfândega velha, Porto.
(*) Excerto de uma entrevista com o Mestre de Rose cuja versão integral será lançada em Gala a ter lugar no Edifício da Alfândega, no Porto, a 13 de Novembro, sexta-feira à noite.