Afinal o drama do terramoto de 1755 não se ficou pelo abalo sísmico e associado tsunami, mas igualmente aterradoras foram as barbaridades cometidas pelos seres humanos nas pilhagens e na luta pela sobrevivência que se lhes seguiram.
A revelação decorre do estudo do primeiro ossário do terramoto, descoberto em 2004 no Convento franciscano de Nossa Senhora de Jesus e onde foram identificados milhares de restos humanos.
As provas sucedem-se e têm a chancela da Academia de Ciências. Nos blocos de notas de arqueólogos e palentólogos figuram um ror de assassínios, actos de canibalismo, execuções por enforcamento, marcas da violência dos desmoronamentos e dos incêndios.
Os estudos ficaram entretanto suspensos por falta de verbas.
A semente de chamada de atenção aqui fica lançada para quem a queira ajudar a germinar.
Nininha se varandava no existir como quem procura a Lua em dia solarengo ou as estrelas no beijar do Sol.
Se pendurava nas borboletas que caracoleavam no descer do ar, no soprar da brisa, despojando-se no esculpir de seu destino. Pedindo arco-íris em seu sentir como quem se esgota de sede no desertar do beijo.
Nininha tinha tudo em si sem o ver, porque toda a vida se somara de olhar em busca de um farol, num existir feito de reflexos, de imagens devolvidas.
Como na alegoria, Nininha foi despejando os minérios que o saco de vida lhe prendou. Uns atrás dos outros.
Pedras puras. Basaltos até. Alguns, brilhos de alma, feitiços emprestados. Outros ainda, raros, jóias deslumbrantes.
Até ao dia em que do Suão lhe chegou feiticeiro. Africano de sabedorias somado. De mil paciências moldado. Que se recusou ser apenas mais um. O depois na lista, antes do seguinte.
Mouro lhe sorriu. No pisar da (i)lógica. Lhe anzolou a alma e o gostar e a deixou voar. Pássaro sem gaiola céu acima, sonhos abaixo, até descobrir, dentro de si, que tudo vale a pena, porque VALE. Mas para isso é preciso investir, chorar, querer e arriscar a magoar os joelhos no cair.
Na hora própria, se ela decidir dar valor ao que vale, ele lhe dará a mão e beijará o joelho ferido.
Afinal a magia está no tornar o NÓS muito mais do que a soma do EU com o Tu.
Um dia, nos sonhos do Suão, Nininha percebeu-o. Arrumou o EU, investiu no TU e apaixonou-se pelo NÓS. Espreitou dentro de si e para sua surpresa, o EU e o TU estavam lá dentro. Felizes.
Com um arco-íris na alma.
Goste-se ou não de monarquia e ainda mais da britânica (os nossos supostos aliados que têm sido afinal os maiores predadores dos interesses lusos) nunca é demais reconhecer a capacidade de Isabel II em se adaptar ao Mundo Novo.
Desta vez anuncia-se que a monarca de 82 anos de idade vai lançar no próximo dia 12 um “site” na internet substancialmente renovado, da versão que inaugurara há 12 anos.
Quando a maioria dos que povoam a geração dos “entas” é avessa a novas tecnologias, Isabel II vai navegar no mundo virtual com uma eficácia de se lhe tirar o chapéu.
O segredo é ainda mais do que muito mas para já sabe-se que o site vai ter um “link” directo com o maior motor de buscas do Planeta; o Google.
Xenofobia.
Dita o dicionário que se trata de antipatia ou aversão pelas pessoas ou coisas estrangeiras ou estranhas, com as quais habitualmente não contactamos ou que usamos como bodes expiatórios das nossas frustrações.
De Itália chegaram-nos em menos de uma semana três incidentes, graves, relacionados com esta patologia social.
O último dos quais teve hoje por vítima um imigrante indiano que foi brutalmente agredido e queimado de madrugada, por um grupo de indivíduos numa estação de comboios nos arredores de Roma.
Trata-se de um sem-abrigo, de 35 anos de idade, que dormia na estação de Nettuno, sul de Roma, quando foi agredido por vários indivíduos, que lhe pegaram fogo depois de o regarem com combustível.
A cena não se passou num país obscuro, longínquo, quiçá africano ou asiático (onde nos costumamos ilibar) mas aqui mesmo ao lado. Na super moderna e “trendy” Itália, da União Europeia.