Sábado, 25 de Outubro de 2008

Luz DeRose

O sorriso sereno parece vestir-nos de paz.

 

Uma "pele" de bem-estar cuja fonte, paradoxalmente para nós leigos, advém de uma soma de força, poder e energia.

Esta é a verdadeira essência do Yôga!

 

“Cheguei-lhe” através de uma prenda de Deus. Uma pedra preciosa em descoberta da sua própria luz.

 
Nome: DeRose, Mestre. Assim mesmo; Mestre!
 
Sem reverência mas por assim nos sentirmos, perante tanta lucidez, de vida e reflexão somados.
 
Em Novembro, vai-nos prendar com a sua visita a Portugal, aqui lançar o maior tratado alguma vez coligido sobre Yôga e deixar-nos uma vertigem de nos descobrirmos a nós mesmos.
 
 
          "Alguns homens lutam um dia e são bons;
                                                      outros lutam um ano e são melhores;
                                                      os que lutam vários anos são óptimos;
                                                      mas os que lutam a vida toda...
                                                      ... esses são imprescindíveis."
    (Bertolt Brecht)
 
 
P.s.  Não sou – como sabe quem me conhece – pessoa de elogios gratuitos, mas há JÓIAS  imperdíveis. Acredite!
 
Quer espreitar pela janela (de um registo na SIC-Notícias feito aquando da sua ultima passagem pelo nosso país) ? Ora veja:
http://www.youtube.com/watch?v=1T0pEOayeCc&eurl=http://yogacaldas.blogspot.com/2008/09/mestre-derose-no-pginas-soltas.html
 
 
 

publicado por António Mateus às 18:38
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Sexta-feira, 24 de Outubro de 2008

Honra e brio!

 Segunda-feira vou com o Nuno Patrício (reporter de imagem) para o Líbano, fazer uma reportagem com o contingente militar português destacado na UNIFIL (Missão de paz das Nações Unidas).

 
Sei, em antecipação, que estas experiências com militares portugueses restauram sempre a imagem que tenho do nosso país e dos que o servem, com orgulho. Fardados ou não.
 
BRIO – é a palavra. APRUMO - a que se lhe segue. E HONRA – a que a remata.
 
Estreei-me nestas “lides” de jornalista visitante de missões militares portuguesas em Angola, na década de 90.
Acompanhei uma operação "impossível" da CLOG 6, de Pretória, na África do Sul, até à base de Viana, a Norte de Luanda. 
 
Foram 13 dias no mato, em situações o mais desgastantes, perigosas e desmotivadoras possível, para o comum dos mortais. Mas para aqueles que a nossa farda por ali vestiam, eram oportunidades de mostrar diariamente que faziam a diferença.
Para melhor. Para muito melhor.
 
Assim lhe o diziam as populações que serviam, as estruturas da ONU que as enquadravam e quem de fora, de alma aberta e despido de preconceitos os passava a conhecer.
 
Sei por isso, que vou para um país em escombros, mas onde vou recuperar uma imensa luz interior. Bem haja quem nos serve. Com Brio, aprumo e honra.
 
Quem não o entende, não o sente ou não o vê, só tem a perder com isso.
E é deles que tenho pena.

 


publicado por António Mateus às 12:18
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Quinta-feira, 23 de Outubro de 2008

Madonna Arco-íris

 

A face, negra, de Nossa Senhora, no vitral da Igreja, sugou-me os olhos céu acima, desmoronando-me a “lógica” durante séculos em nós plantada, de figuras bíblicas bem menos pigmentadas.
 
Ali, no coração do Soweto, na África do Sul, a Igreja Regina Mundi era local regular de peregrinação e devoção de milhares de católicos mas, acima de tudo, um abrigo supra-religioso, para refugiados da violência política, étnica e racial.
 
Foi ali que convergiram a 16 de Junho de 1976, milhares de estudantes negros em fuga de uma carga policial, que deixaria mortos dezenas deles, incluindo o emblemático Hector Pieterson.
 
O vitral da “Madonna negra” coava a luz fria daquela manhã fria de Inverno enquanto pássaros de todas as cores viravam num quase paraíso inesperado, aquele cenário de horrores recorrentes.
 
Ali ouvi Mandela explicar a jornalistas o motivo por que rezava rotativamente aos domingos, em Igrejas das diferentes fés religiosas.
E foi mais ou menos isto:
- “Deus é só um. Imaginado pelo Homem seja em que raça ou crença for. Ele vive dentro de nós ou não. Independentemente do local, rituais ou formas de devoção que cada Homem escolher. Por isso, sendo Presidente de todos os sul-africanos, devo prestar devoção ao nosso Deus comum, com as vestes e códigos que nos mobilizem a todos, e cada um, a lutarmos por sermos menos imperfeitos”.
 
Voltei a olhar a Madonna e, de repente, descobri uma Nossa Senhora,
pigmentada de Arco-íris.

 


publicado por António Mateus às 13:17
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Quarta-feira, 22 de Outubro de 2008

Cheers Mate!

 
 
 
 
 
 
Ross-Dunn
Jornalista
 
Há pessoas que nos reescrevem a forma de olharmos e sentirmos o mundo,
quase sempre através de pequenas coisas, como a sensibilidade, a verticalidade e a capacidade única de se rirem de si mesmas.
 Ross Dunn foi um desses brilhos de alma que me iluminou até descobrir, ontem, que morreu vítima de cancro. Deixando-nos a todos bem mais pobres, mesmo sem o sabermos.
Conheci o Ross em Joanesburgo, com a auto-estima (dele) torpedeada por um desgosto de amor, mas que re-costurava diariamente em prosas geniais de jornalista, publicadas nos mais prestigiados jornais do mundo anglo-saxónico.
Ficava sózinho até altas horas da noite, a debruar olhares e sentires sobre o oacaso do apartheid, com uma agilidade de escrita só comparável ao perfeccionismo com que buscava e articulava os méritos e deméritos de todas as partes envolvidas, para benefício dos leitores. E da justiça.
 Escutei-lhe tantas vezes as perguntas cortantes e inteligentes, tão frontais quanto polidas, que nos ajudavam a entender os factos e respectivo contexto e os seres humanos que os protagonizavam.
Ouvi dizer que cumpriu depois o mesmo percurso no Médio Oriente. Enjeitando os “jornaleirismos” de os “tadinhos” dos palestinianos e dos “mauzões” dos israelitas ou vice-versa.
Onde uns e outros sempre procuraram rótulos. Linhas divisórias entre “bons” e “maus”, Ross vislumbrava sempre seres humanos falíveis e imperfeitos, onde poetas do existir como Nelson Mandela são a excepção e não a regra.
Se não o fosse assim, como poderíamos nós, que vivemos quase uma década à luz de “Madiba”, ter um segundo sequer de tempo de antena, no coração e na alma, para os nossos políticos e os média que no-los impingem diariamente?

publicado por António Mateus às 12:26
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Segunda-feira, 20 de Outubro de 2008

Sementes de palavras

  O escultor de pedra, de metal ele mesmo forjado, diz tudo sem abrir a boca. Ali, prantado há décadas, à entrada da Escola (Secundária) Industrial Infante D. Henrique, no Porto.

 

  De maço, alçado, segura o escopro de encontro ao calhau de pedra, onde rasgará sulco pensado, que, por enquanto, só ele vê.

 

  Sem uma palavra, uma única que seja, diz tudo, para quem o quiser ver. Para quem ainda o vê, entre os passantes, correntes, entre a escola e outros destinos. Como os meninos ali diariamente refundidos.

 

  Alguém branqueou com tinta aquela cara de metal verde e a obra assim, temporariamente delapidada, parece ter-se mascarado de vida e que, num gesto de magia, irá finalmente soltar a palavra.

 

Uma que seja. Prenha do amor, insuspeito, por detrás daquelas paredes diariamente semeado. Há décadas. Em gerações de alunos. De adolescentes.

Palavras que o vento não leva, mas antes penteia. Dentro de nós.

 

 Abençoada escola, que tais sementes deita. Com um carinho que tudo contorna, incluindo a suposta aridez do vaso recipiente. Porque onde alguém desenha sonhos, se recortam arco-íris.

 

E a terra se refaz, fértil. Negra.  Pronta ao semear dos girassois.


publicado por António Mateus às 10:34
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Sábado, 18 de Outubro de 2008

(Des) Norte Pendular

A noite lá fora grudou-se no céu de breu. Um comboio arrasta-se penosamente a 34kms/hora. No bilhete diz que viajamos num Alfa-Pendular. Aquele primor da tecnologia, que nos atira "bolidamente" entre partidas e chegadas, a velocidades estonteantes. Assim nos garante a CP ao cobrar-nos um preço substancialmente mais dilatado, do que desembolsaríamos num "Inter-Cidades".

No primeiro, contratamos uma viagem de 2h30 entre Lisboa e o Porto. No segundo, para quem não tem dinheiro ou lhe sobra tempo, a "coisa" resolve-se em 3 horitas.

Sublinho;  CONTRATAMOS. Porque ao comprar-se um bilhete estabelece-se moral e legalmente um contrato vinculativo entre o prestador de serviço e o pagante.

Ontem, pela enésima vez, a CP violou esse contrato sem compensar por isso os lesados. O Alfa Pendular saído da Gare do Oriente às 19h07 chegou à Estação Porto-Campanhã pelas 22h15. Ou seja, demorou ainda mais oito minutos do que uma viagem em Inter-Cidades.

Se eu chegar tarde ao serviço o meu patrão desconta-me do ordenado. Se você se atrasar a pagar os impostos o Estado cobra-lhe juros. E se a CP não cumpre o contratado...escreve num ecran digital: pedimos desculpa pelo atraso.

Da próxima vez que não tiver dinheiro para pagar o IRS, colo um cartaz à porta das Finanças da minha àrea: Desculpem o atraso. Pode ser que pegue.

 


publicado por António Mateus às 12:10
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Quinta-feira, 16 de Outubro de 2008

As Caravelas de Madiba

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tive o privilégio de o conhecer directa e indirectamente, como jornalista e como ser humano, desde que foi libertado, em 1990 e até terminar o meu destacamento profissional na África do Sul, 13 anos mais tarde.
“Madiba” é um prenda para todos nós, um brilho de alma, uma referência de contraste para o vazio de valores, de ética e de projecto humano de quem nos deixa à deriva.
Nenhuma Sociedade, o é, Sociedade, sem colocar o respeito pelo Estado como prioridade primeira.
Mas quando as sucessivas Administrações Públicas são as primeiras a comprometer a honorabilidade do Estado perante os cidadãos e a humilhar quem o serve, não será legítimo, em proporcional insanidade, pensar-se num Tribunal de Governos, para juízo dos nossos timoneiros, quando é "pacífico" um Tribunal de Contas, para arbítrio dos gastos públicos?
Pergunte-se a quem ganha concursos públicos, onde lhe são promissoriamente atribuídos honorários faseados, sobre os quais o Estado cobra IVA (e multa o mais pequeno atraso), apesar de só os honrar bem mais tarde. A conta-gotas e sem juros de mora.
A culpa é dessa entidade “anónima” chamada Estado ou dos que pela sua incompetência e irresponsabilidade assim o desonram?
Vale a pena ter talento e empenhar-se no bem público. Não vale?

publicado por António Mateus às 15:44
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MENINOS DE LUZ

 

De sonhos se fizeram meninos e deles, se somam Homens, solidários.
Farois numa sociedade em crescente umbiguismo.
Meninos da Luz, da nossa luz, que nos reboca há gerações.
Sexta-feira, dia 17, o Colégio Militar reabre oficialmente mais um ano lectivo. Imperfeito como tudo o feito pelo Homem. Mas, sempre, uma pedrada no charco pela positiva, a marcar a diferença.
Um mundo “dinossáurico”, onde se semeia o “Um por todos...todos por um”.

publicado por António Mateus às 11:53
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Terça-feira, 14 de Outubro de 2008

Homens vestidos de peles diferentes - descrição

Viagem de sentires entre guerras, confrontos, encontros e desencontros África fora, Europa adentro. 

Testemunhos de reporter, resgatados das margens do bloco de notas, onde tinham ficado até aqui editados fora da frieza das notícias de agência, ao longo de 16 anos como enviado especial.


Vidas e sonhos pulverizados pela sede de poder, o radicalismo, o racismo branco, negro, árabe e asiático.


No outro lado do copo, meio cheio, nos descobrimos irmãos sem raça, onde a cor da pele é um adereço e apenas isso. Uns mais morenos que outros. Mas onde a fronteira é definida por outra quadrícula; a dos valores humanos.


publicado por António Mateus às 16:50
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Perfil

Escritor e jornalista. Nasceu em 1960 em Castelo Branco, filho de uma socióloga e de um Oficial de Cavalaria.
Licenciado pela UTL,  iniciou a sua actividade jornalística no jornal O Globo em 1982.
Desde então serviu as agencias NP e Lusa, de que foi chefe de delegações em Maputo e Joanesburgo, de 1986 a 2003.
Colaborador das três televisões antes de transitar para os quadros da RTP, em 1996,  como Coordenador de Programas e Informação da RTPÁfrica.
Efectuou ainda colaborações para a BBC, Voz da América, RDP, revista Visão e Jornal Expresso.
Foi o primeiro Conselheiro de Comunicação da CPLP,  Director-fundador da revista Focus, Editor de Política Internacional da RTP e é actualmente redactor do Telejornal e do Jornal 2, nesta mesma editoria.
Durante os 16 anos em que esteve destacado na África Austral cobriu diariamente os desenvolvimentos das guerras civis em Angola e Moçambique e respectivos processos de paz.
Reportou também todas as negociações para retirada cubana de Angola, independência da Namíbia e fim do apartheid na  África do Sul, entre os mais diversos outros tópicos de interesse mediático.
Ainda como correspondente na África do Sul entrevistou dezenas de personalidades mundiais como os prémios Nobel da Paz Nelson Mandela, Desmond Tutu e Frederik de Klerk.
É autor de dois livros relativos a essas experiências: "Homens vestidos de Peles Diferentes" (Ulmeiro) e "Selva Urbana" (Colibri)


publicado por António Mateus às 16:48
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