Acusado pelos seus (afrikaners) de “verraier” (traidor), o último presidente branco da África do Sul evitou há 20 anos uma catástrofe no seu país.
Frederik de Klerk recorda dessa forma o anúncio que fez no parlamento de libertar Nelson Mandela e legalizar os movimentos que combatiam pelas armas o sistema de apartheid.
“Os nove dias que mediaram entre o meu discurso no parlamento e a libertação de Nelson Mandela, a 11 de Fevereiro de 1990, mudaram a África do Sul para sempre” – afirmou de Klerk, agora com 73 anos.
“Quando a história abre uma janela de oportunidade é importante que a atravessemos”.
De Klerk opcupava o cargo de presidente há apenas cinco meses quando fez um discurso histórico que provocou a ira dos conservadores e apreensão entre muitos que receavam a repetição na África do Sul do caos registado nas transições de Angola e Moçambique.
Mandela e de Klerk partilhariam em 1993 o Prémio Nobel da Paz, um ano antes de o lider histórico anti-apartheid se tornar o primeiro presidente não branco da maior economia africana.