Com a devida vénia aos autores e intervenientes, não pude deixar de me arrepiar com este registo de vídeo e a mensagem por ele arrastada.
Veio-me de "manos" (assim tornados por termos frequentado o Colégio Militar) e ali aprendido a sê-lo; manos. Solidários.
Para o resto de nossas vidas.
Sei que é para mim uma escola de excelência (com todos os defeitos e virtudes de obra humana) e para muitos uma instituição "fora-de-moda" , como o somos (cada vez mais) todos os que acreditamos em valores.
Até ao dia em que a força das convições e do respeito pelo mundo à nossa volta os ressuscite...
E assim nos tornemos uma nova "moda"; a de se ser irmão!
No Colégio Militar aprendi algo cada vez mais actual e urgente!
- Pobres dos chefes que se esquecem que o respeito é uma estrada de dois sentidos e que só o são - CHEFES - transitoriamente.
Podem obter um baixar dos olhos, mas mais abaixo fica ainda a consideração de quem os escutou!
De amigos se constroi a vida. Gentes que nos somam colectivos. Nos ensinam a olhar para dentro de nós.
Somos os que fazemos, o que semeamos e também, o que comemos.
Comecei por ser cético, aos poucos fui sendo “contrabandeadi” para dentro de uma ética de vida diferente.
Tão diferente que ao princípio, como no anúncio da Coca-cola, “primeiro estranha-se... depois entranha-se”.
Foi um dos cada vez mais raros jornalistas lusófonos a quem tiraria o chapéu, se o usasse.
O foto-jornalista moçambicano Ricardo Rangel morreu em paz aos 85 anos durante o sono.
Conheci-o enquanto fui chefe da delegação da agencia Lusa em Moçambique nos anos 80. Ele um reporter tarimbado e eu um recém-apaixonado por um país de rastos onde até uma simples pasta de dentes era um produto precioso no rarefeito mercado local.
Ricardo Rangel participou em dezenas de exposições em diversos países, incluindo o Museu Guggenhheim, em Nova Yorque, e foi condecorado com o grau de Oficial das Artes e Letras pelo governo francês.
A sua impressão digital neste mundo é bem maior do que aquele olhar severo com que nos fuzilava; é a de um observador nato, um homem com um fundo e valor humano raros.
Um daqueles jornalistas em extinção, humilde, aberto à crítica, alheio às guerras das audiências, aos sound-bites, ao amiguismo e ao vazio de referências.
Como é habitual, no nosso Eurocentrismo, vamos ignorar ou até menosprezar o alerta do rei zulu Goodwill Zwelithini mas se por acaso fôssemos mesmo uma sociedade culta, como gostamos de acreditar, teríamos uma atitude bem diferente.
Zwelithini é a primeira figura de uma das maiores e mais antigas etnias de África, portadora de valores colectivos que só perdemos em ignorar.
Entre nós será unânime criticar o colonialismo e o racismo mas quando milhares de zulus sofrem de fome numa das regiões mais ricas do mundo em termos agrícolas e todos ignoramos os protestos de Zwelithini quem será que está errado? Ele ou nós?
É claro, como as televisões não o mostram e isto se passa no hemisfério sul, não temos nada a ver com isso.
E assim vai a nossa civilização.
Mais de 300 mil pessoas morrem anualmente devido a efeitos das alterações climáticas.
O alerta foi dado hoje no relatório anual do Forum Humanitário Global.
O documento sublinha que 325 milhões de pessoas sofreram no último ano prejuízos directos desta modificação climática, um balanço que deverá duplicar até 2030.
Um relatório suposto ser de choque mas que pouco ou nada deverá influir nas decisões governamentais à escala global, enquanto o saldo financeiro imediato se sobrepuser a objectivos a longo prazo, mesmo estando em causa a herança a legar aos nossos filhos.
Cada vez que escuto esta música recordo os milhões de meninos que rebuscam migalhas dos nossos desperdícios enquanto nós, todos os dias, despejamos no lixo "os restos" que já não nos apetecem.
Lembro-me do Kevin Carter (fotógrafo brilhante que conheci enquanto destacado na África do Sul) que se suicidou por não poder viver com memórias de uma fotografia por ele tirada no Sudão a uma criança a esvair-se de fome.
Recordam-se de uma foto de um menino negro, agachado, esquálido, com um abutre por detrás a olhá-lo?
É dessa fotografia que vos falo. Faz hoje 15 anos que o Kevin nos deixou, por lhe doer o virar da cara.
Afinal não são todos os meninos, filhos de todos nós?
Em tua memória Kevin:
FOTO: AGENCIA REUTERS
O primeiro parque temático dedicado ao sexo na China começou a ser demolido meses antes de chegar sequer a abrir.
O “Love Land” tinha inauguração prevista para Outubro, na cidade de Chongquing, mas acabou por ser vítima do zelo puritano.
O projecto incluía esculturas de cenas eróticas e de partes íntimas em escala “insuflada” e previa ainda a realização de workshops sobre higiene, cuidados e técnicas sexuais.
A demolição do parque vem sublinhar a contradição de atitudes relativamente ao sexo na China moderna, onde um puritanismo calvinista coexiste com uma abordagem quase clínica aos respectivos aspectos físicos.
Apesar da interdição da pornografia e de a educação sexual ser quase inexistente no país, são cada vez mais as lojas de artigos de sexo e o sexo fora do casamento é uma prática aceite socialmente.
E enquanto a prostituição floresce, apesar de tecnicamente ilegal, a manutenção de amantes por empresários de sucesso e responsáveis do partido (comunista) é sinónimo de estatuto social.