Três dos gigantes da música africana actual, entre os muitos daquele continente deslumbrante que mexem comigo.
Experimenta ouvi-los com todos os sentidos e diz-me de tua justiça.
Simplesmente deliciosa esta alegoria política!
Vejam lá se não vos parece "vagamente" familiar?
Grafismo: NYT
O alerta é do New York Times:
As mesmas forças que conseguiram, finalmente, o sufoco da economia portuguesa comprometem o futuro das restantes democracias ocidentais, em termos de latitude fiscal e não só.
Leia por si o artigo e verifique a solidez desta análise:
http://www.nytimes.com/2011/04/13/opinion/13fishman.html?src=ISMR_AP_LO_MST_FB
....mas este alerta levanta uma interrogação preocupante sobre a lucidez dos lideres ocidentais, quando parecem mais preocupados em apontar dedos do que em identificar e atacar um problema, predatório, que lhes baterá à porta, mais tarde ou mais cedo, em efeito dominó.
Foto: D.R.
Não se iludam; o impacto social dos programas do FMI é devastador.
Testemunhei-o enquanto jornalista em Moçambique quando o país deixou de poder sustentar a dívida externa na década de 80.
Há muito tempo que era um aperto previsível.
Tanto que há mais de um ano me sentei com os meus dois meninos para lhes explicar os cortes acentuados que iríamos fazer nas despesas familiares, antecipando o cenário hoje despido.
É tão "lógico" e sólido como isto; se desde o PREC (dos anos 70) o país consomia muito mais do que produz restavam duas alternativas; viver de um crédito suportado através de sucessivos empréstimos adicionais ou tornarmo-nos caloteiros recorrentes.
Apsar de tudo, a avestruz pôde continuar a enterrar a cabeça na areia enquanto os agentes financeiros internacionais não encontraram os nichos de enriquecimento do ataque a moedas comuns e do piranhar das dívidas soberanas.
A agravar as coisas, tivemos um governo emasculado e pouco atreito à imperiosidade de procurar consensos na altura do aperto, um vampirismos das fragilidades económicas que tornaram sucessivamente obsoletos os sucessivos PECs e uma posição hipócrita e predatória que pôs os interesses político-partidários à frente de um sentido de Estado que se exigia no combate a um problema comum.
Agora, o cenário volta a ser previsível, resta saber se a lentidão de leitura apertará ainda mais a corda no pescoço do "infractor".
Antes que os noticiários nos tragam nas próximas semanas a imposição de cortes de subsidios de férias e de natal e, mais uma vez, de salários. A redução de pensões e de deduções fiscais e um corte substancial nas despesas solidárias do Estado, eu vou apenas prosseguir o que faço há dois anos;
acabaram-se todas as despesas não-essenciais e estica-se ao limite o reaproveitamento e racionalização de recursos.
Mesmo assim, veremos se chegará governar-se o país como os nossos avós geriam as suas finanças domésticas; amealhando os vinténs e consumindo apenas o que se tem.
A alternativa seria agravar ainda mais o abismo ou roubar o futuro aos nossos filhos.